Herbário “Prof. Dr. Lindolpho Capellari Jr”
Herbário é uma coleção de plantas secas e catalogadas conforme padrões que lembram muito uma biblioteca. De certa forma, o herbário é uma biblioteca de plantas (fitoteca) que tem por objetivo permitir que em um mesmo local os pesquisadores tenham acesso às mais variadas coleções das mais diferentes espécies de plantas coletadas no mundo inteiro.
Como funciona um herbário
A palavra herbário tem origem no latim, herbarium, e é a palavra empregada para nomear uma coleção de amostras de plantas herborizadas. Herborização, por sua vez, é o processo de prensagem e desidratação de amostras, que permite que as guardemos para estudá-las posteriormente.
A formação de herbários começou na Itália no século XVI, mas logo se disseminou por toda a Europa, principalmente em função das grandes expedições científicas associadas as grande navegações de descobrimento daquela época. No Brasil, o maior herbário é o do Museu Nacional do Rio de Janeiro, com cerca de 500 mil exemplares. Outros herbários importantes são o do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o do Instituto de Botânica de São Paulo. Na região, as principais universidades como a Unicamp (em Campinas) a ESALQ (em Piracicaba), a UFSCAR (em São Carlos) e a UNESP (Em Rio Claro) possuem coleções riquíssimas em seus respectivos herbários.
As principais funções de um herbário são:
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Armazenar amostras da biodiversidade vegetal de diferentes regiões;
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Documentar pesquisas botânicas, como as taxonômicas e florísticas
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Fornecer material didático e científico para estudantes;
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Contribuir para o reconhecimento da flora;
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Fornecer dados para estudos sobre biodiversidade, usos medicinais, tóxicos, forrageiros, alimentícios, entre outros
Em um herbário, as primeiras amostras de espécies recém-identificadas (espécies novas) podem ser preservadas e catalogadas, permitindo que pesquisadores do mundo inteiro tenham acesso a esse material. Considerando que atualmente muitas das novas espécies identificadas já se encontram em processo de extinção, os herbários também possuem a importante função de preservar o material genético desses espécimes.
As amostras de plantas secas que constituem os herbários são denominadas exsicatas. Nessas amostras, além da planta seca e prensada, constam também uma ficha com as informações da planta, como o seu nome científico, a família botânica a que pertence, o nome do coletor, o nome do identificados (taxonomista) e informações sobre a data e o local de coleta.
Taxonomia
É a ciência que se dedica a classificar, identificar e nomear os seres vivos, com base em critérios como aspectos fisiológicos, genéticos, morfológicos e reprodutivos. A palavra vem do grego táxis, que significa "arranjo", e nomia, que significa "método". Ou seja, é um método de organização dos seres vivos em grupos específicos.
A classificação dos seres vivos é feita em uma hierarquia de táxons, que são grupos de organismos biológicos com características comuns. As categorias taxonômicas são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie, e outras subcategorias que se intercalam a estas.
Pode não parecer, mas a taxonomia é uma ciência importantíssima, pois ela permite a correta identificação das espécies. Isso evita, por exemplo, que determinada planta tóxica, muito semelhante a uma planta medicinal, seja consumida por determinada população de forma errada. Permite também que espécies exóticas sejam devidamente identificadas, possibilitando o combate daquelas que se tornam invasoras em determinados ambientes naturais. É nesse aspecto que a taxonomia se torna muito relevante.

Como uma planta chega a um herbário?
Coleta
É importante selecionar amostras que sejam representativas da planta no seu ambiente natural, preferencialmente em estado fértil (com flores e/ou frutos), mas também com ramos vegetativos (folhas). Durante a coleta, é necessário anotar dados sobre a procedência da amostra (cidade, estado, país, tipo de vegetação), bem como dados que se perdem após a secagem (por exemplo, tamanho da planta, cores, cheiros, etc.).
Herborização
Após serem coletadas, as amostras são prensadas e secas, processo que recebe o nome de herborização. A secagem é feita em estufa, em uma temperatura média de 40º C. Muito quente pode queimar a planta, muito frio faz com que a planta não lignifique, o que faz com que ela perca as características que permitam, com que ela vire uma exsicata (se deteriora com mais facilidade, com partes da planta caindo).
Abelhas Meliponíneas: Além do néctar e pólen, as abelhas sem ferrão do gênero Melipona também são conhecidas por coletar resinas de árvores e plantas para a construção de seus ninhos, o que ajuda a fortalecer suas colônias.
Abelhas Solitárias: As abelhas solitárias, como as abelhas cortadeiras (Trigonis), têm hábitos alimentares específicos, com algumas especializadas na coleta de pólen de determinadas famílias de plantas.
A prensagem das plantas é feita utilizando-se, normalmente, prensas de madeira (na forma de grades), que encerram maços formados por jornais intercalados com pranchas de papelão. Entre as folhas de jornais é depositado o material coletado para fazer a herborização. Todo esse maço é amarrado com o auxílio de cordas, para fazer a pressão da prensa.
Normalmente esse material fica secando por uma semana na estufa. Quando as coletas envolvem espécimes mais carnosos, com frutas suculentas ou cactos, por exemplo, é necessário um tempo maior de secagem.
Após secas, as coletas saem das estufas e ficam mais uma semana em freezer, para eliminação de ovos ou pupas de insetos, ou ainda de esporos de fungos.
Montagem
Depois de herborizadas, as amostras são fixadas em cartolinas, juntamente com etiquetas onde se encontram as informações anotadas durante a coleta.
A exsicata é então colocada em uma pasta, normalmente feita com papel pardo dobrado ao meio. Recebe, além da etiqueta com as informações da planta, um carimbo do herbário em que pertence e um número de tombo, referente ao seu registro naquele herbário.
Se for coletado mais de um material da mesma planta, esses materiais constituem duplicatas da exsicata montada. Porém, caso sejam coletadas amostras de plantas diferentes (mesmo que das mesma espécie), as exsicatas são distintas.
Inclusão no acervo
As exsicatas são guardadas em armários especiais, de preferência de aço, com compartimentos tipo gaveta ou nicho. Por se tratar de uma “biblioteca” de plantas secas, são armazenadas conforme organização cadastral específica, normalmente por ordem alfabética de famílias botânicas e, dentro de cada família, por ordem alfabética de gêneros e espécies, respectivamente.
O ambiente do herbário deve ser controlado em temperatura (temperaturas baixas, menores que 17ºC de preferência) e em umidade (ambiente seco), visando o controle de animais (insetos) e fungos indesejáveis. Periodicamente o herbário deve ser dedetizado.
Além da coleção de plantas secas (Fitoteca), um herbário também pode conter coleção de frutos (Carpoteca) e sementes (Espermateca). Neste caso, quando os frutos são naturalmente secos (chamados deiscentes), basta armazená-los em recipientes específicos, devidamente catalogados. O mesmo é válido para as sementes. No caso de frutos carnosos, o armazenamento é feito em frascos vedados contendo álcool 70% para sua preservação.